A trágica história do Dragão Vermelho-Ouro

Balseraph e Berohar nasceram do mesmo ovo, Dragões vermelhos gêmeos ligados pelo sangue.


Apesar de serem gêmeos, os dois apresentavam comportamentos diferentes. Berohar, contrariando sua natureza de dragão vermelho, adotava um comportamento complacente e até mesmo bondoso algumas vezes, enquanto Balseraph personificava a maldade e fazia jus a odiosa fama atribuída aos dragões cromáticos.


Até atingir a idade adulta, os dois dragões, ligados por fortes laços de sangue, se mantiveram juntos, apesar das diferenças, porém, quando a maturidade finalmente os alcançou o convívio se tornou absolutamente impossível.


Balseraph separou-se de Berohar, indo viver em uma isolada região ao leste. O dragão, apesar de jovem, possuía grande talento e poder, conquistando rapidamente uma vasta área a qual chamou de seu território. Berohar tomou um rumo diferente e partiu em uma peregrinação para tentar compreender o motivo de ser tão diferente do restante dos dragões vermelhos. Queria descobrir por que a maldade não o envenenava assim como a todos os outros dragões cromáticos que ele já tivera notícia, inclusive seu irmão.


Durante sua jornada, Berohar não pode evitar um encontro com Drakan, o famoso Dragão Vermelho Rei de Esdra. Drakan interessou-se pelo curioso comportamento de Berohar, e prometeu ajudar-lhe em sua busca por respostas. Ensinou-lhe alguns feitiços e truques que poderiam ser úteis e deixou que o Dragão partisse de seu território com vida.


Mais sábio e poderoso, Berohar progrediu em sua busca. Encontrou algumas respostas para suas perguntas e descobriu que seu destino, assim como o de seu irmão estava ligado aos planos dos deuses em Esdra. O fato revoltou Drakan.


Durante sua jornada por respostas, Berohar conheceu uma sacerdotisa de Serena. Guardiã de uma secreta biblioteca mantida escondida pelos elfos a milhares de anos. O Dragão apaixonou-se pela humana. A beleza e dedicação dela na proteção e conservação da pequena biblioteca fascinaram-no e ele não pode mais deixar de pensar naquela mulher após partir do santuário.


Alguns meses depois Berohar não suportou e retornou ao santuário de Serena. Desistiu de sua busca e resolveu viver com aquela simples humana que tanto o havia fascinado. Vivia feliz junto a sua amada, mas o fato também irritou o Dragão vermelho rei.


Drakan irritou-se com os Deuses ao descobrir que Berohar era fruto da intervenção de um deles em Esdra. Ordenou que o Dragão continuasse sua busca por respostas. Berohar entretanto não mais queria abandonar sua amada, e isso gerou um conflito entre os dois.


Drakan ameaçou matar Alicia, a sacerdotisa amante de Berohar. O dragão então se curvou aos desejos do rei e voltou a sua busca, prometendo à sua amada, retornar assim que possível. Berohar foi encontrar sua única esperança de salvar sua amada: Balseraph.


Apesar de conhecer a má fama do irmão, Berohar sabia que Balseraph lhe era leal. Mesmo com todas as diferenças, os dois mantinham fortes laços de sangue e de amizade. O dragão pediu ajuda ao irmão em sua busca, e este negou o auxílio por puro egoísmo e orgulho.


Desesperado, Berohar então tomou uma decisão para proteger sua amada: Desafiou ele mesmo o Dragão vermelho rei, com a esperança que, uma vez que ele estivesse morto, Drakan não se interessasse em incomodar Alicia. Drakan enfrentou Berohar, descarregando todo seu ódio contra o renegado Dragão e prometendo à seu oponente que Alicia sofreria a mais cruel e dolorosa morte. Berohar então juntou todas as sua forças e enviou uma poderosa mensagem à seu irmão. Que viu e sofreu tudo o que aconteceu a Berohar naquele fatídica noite. Balseraph foi consumido pela resignação e se culpou pelo destino de seu irmão. Apesar de sua maldade, os laços fraternos falaram mais alto, e ele partiu em busca de Alicia para protegê-la do impiedoso rei.


Balseraph encontrou Aliciel facilmente, pois Berohar o havia ensinado o caminho para o santuário de Serena, escondido entre as florestas místicas das fadas. A humana concordou em acompanhar o poderoso Dragão. Alicia estava grávida de quase nove meses e a viagem foi exaustiva, pois Balseraph não ousou utilizar meios mágicos para se moverem por saber que Drakan poderia facilmente detectar tais artifícios.


Durante as poucas semanas que passaram juntos fugindo de Drakan, Aliciel e Balseraph se conheceram melhor e a ternura e bondade dela também acalmaram o coração do maligno dragão. Aliciel contou a Balseraph como Berohar havia notado que algumas escamas estavam mudando de coloração, de vermelho para dourado, e tal fato impressionou seu irmão.


Foi assim, durante a fuga de Alicia que Atlas e Berus nasceram. Irmãos gêmeos, assim como seus pais e também com destinos ligados ao futuro do mundo assim como seus pais.


Porém, dez dias após o nascimento das crianças, Drakan encontrou o pequeno grupo. Alicia ainda se recuperava do parto e Balseraph sabia não ser páreo para o poderoso rei dragão. Drakan então exibiu um pouco de sua crueldade: Exibiu uma jóia, onde estava presa a alma de Berohar. O dragão assistiria a tudo o que aconteceria naquela noite e sofreria os tormentos da morte de Alicia para sempre. E agora também de seus filhos recém-nascidos.


Balseraph então atacou Drakan com toda sua força, mas o Dragão rei facilmente repeliu a investida. Balseraph então mudou seus planos e atacou a jóia que Drakan fazia questão de exibir. O intento teve sucesso e Berohar libertou-se de sua prisão. Drakan porém usou um poderoso feitiço que varreu a existência de tudo a sua volta. Cansando-se daquela tarefa, ele partiu de volta para sua montanha acreditando que os Dragões renegados estavam mortos, assim como as duas crianças as quais os Deuses contavam para seus planos.


Os Deuses porém interviram. Berohar fez um acordo com Celine, a Deusa da morte, para serví-la pela eternidade em troca da vida de seus filhos. Ela aceitou o acordo, fazendo os dois viverem como um, pois Berohar não permitiu Alicia fazer o mesmo acordo, fazendo com que ela tivesse o merecido descanso em companhia de Serena, a Deusa da Vida.


Balseraph, contudo, foi poupado pelo Dragão Rei, e levado de volta ao covil do tirano. Corroído pelo ódio e pela resignação de ter perdido Aliciel, Balseraph aceitou a proposta do Dragão vermelho rei: Drakan traria Alicia de volta caso Balseraph trouxesse a lança de Arkon, arma que Arísius, o escolhido do Sol carregava consigo.


Balseraph partiu em busca da lança, cego por sua missão. Mas uma maldição se abateu sobre ele quando o mesmo tentou enfrentar Arísius. A punição por sua ganância, imprudência e omissão foi ter seus poderes retirados e sua alma trancada dentro de um corpo humano. Balseraph acordou sem lembrar-se de seu passado, e desde então vem em uma busca constante por respostas, assim como seu irmão o fez centenas de anos atrás.

Comentários

Tony disse…
Opa...
Eu gostei.
E tenho dito.
Faltou fechar o q aconteceu com as crianças. Mas isso a gente trabalha junto ca galera.

Postagens mais visitadas deste blog

O chamado de Serena

O Resgate de Arduin